Você começou a ler essa coluna! Tente perceber se está ansioso e disperso, ou calmo e concentrado. Não julgue, apenas observe… Quantas vezes em sua vida você se deu conta de seus disparos emocionais e os reconheceu ao mesmo tempo em que realizava ou sofria uma dada ação? Provavelmente muito poucas. Algumas pessoas diriam até: nunca. O que isso tem a ver com empatia? Tudo.
Num bom dicionário você vai encontrar a seguinte definição para empatia:
“tendência para sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circunstância experimentadas por outra pessoa”.
Isso não é para qualquer coração! Para desenvolver essa habilidade é preciso começar consigo mesmo, mergulhando de cabeça na vasta e saltitante gama de emoções que povoa nosso peito todo santo dia. E quanto mais simultânea à situação vivida for essa percepção, melhor. Você vai flagrar sua emoção no ponto, saindo do forno, pronta para ser degustada e compreendida. Uma análise racional posterior está longe de ser desprezível, mas não tem o mesmo efeito de pegar a emoção no pulo.
A capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir como o outro, tentando verdadeiramente compreendê-lo, é uma competência mais que desejável no ambiente corporativo. É decisiva. Desenvolver a empatia é imprescindível para uma vida profissional mais harmônica e longeva. Quando eu crio empatia com alguém, sua mente capta a mensagem de que ela está diante de uma pessoa que a respeita e tenta compreender seus valores. Acaba surgindo uma via de mão dupla, onde ambos procuram se compreender mutuamente na busca de um relacionamento bem-sucedido.
Numa empresa, por exemplo, se uma pessoa precisa de uma informação urgente e ela é empática, certamente vai conseguir essa informação muito mais rápido do que uma outra que não desenvolveu esse tipo de competência. E isso vale para todos os relacionamentos, não só os profissionais.
Durante a nossa educação, muito pouco ou nada se fala sobre as emoções. Aprendemos, e olhe lá, a usar nosso intelecto, nosso corpo, mas em relação às emoções é quase como se elas não existissem. Ninguém, com raras exceções, nos estimula a expressar aquilo que sentimos, a fazer um contato real com a vida que se manifesta em nosso centro emocional. Aperfeiçoá-lo pode fazer a diferença. Nas contratações das grandes empresas, a tendência é valorizar essa capacidade mais do que outras.
Relacionar-se bem é uma das artes mais difíceis neste mundo. Para gerar confiança nos outros é necessária a habilidade da empatia. E, para isso, temos que aprender a entrar em contato com nossas emoções, aprender a lidar com a raiva, a insegurança, o ciúme, a frustração, a ansiedade, a euforia, o medo, entre outras. Não devemos temê-las e nem reprimi-las. Agindo assim, deixamos de ser escravos dos nossos impulsos emocionais. Com essa liberdade e compreensão, nos tornamos aptos a conduzir a vida de uma maneira mais lúcida e consciente. E o conhecimento se revela, de si mesmo e do outro.
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